segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Estou a ler...

 Adoro ler livros que, de alguma maneira, tenham uma pitada de culinária. Sugerido e emprestado por uma amiga, estou a ler "Afrodite - Histórias, Receitas e Outros Afrodisíacos", da Isabel Allende, em Portugal pela Difel. Como o título indica, Allende mistura receitas, com lendas e histórias, principalmente originárias do Chile. Porque escreveu ela um livro assim? Ela própria explica: "... no meu caso, o crepúsculo leva-me a pecar e, talvez por isso, aos cinquenta reflicto sobre a minha relação com a comida, o erotismo, as fraquezas da carne que mais me tentam, embora, elas, não tenham sido as que mais pratiquei.". Parece-me que Allende tenta recuperar o tempo perdido...

As receitas são da mãe, Panchita Llona e incluem vários capítulos: Molhos (e outros fluídos essenciais); Hors d'Ouvres (primeiras cócegas e mordiscos); Sopas (começando a aquecer); Entradas (jogos amorosos, folha a folha, beijo a beijo); Pratos Principais (kama Sutra...quer dizer, mais ou menos); Sobremesas (final feliz). Engraçada a ligação perspicaz entre a refeição e o erotismo.

Legumes Assados

Nem sempre apetece comer os acompanhamentos normais, como tal, e inspirada numa receita da Nigella Lawson, resolvi dar uso a umas batatas doces esquecidas na fruteira há uns tempos, para acompanhar um simples entrecosto grelhado apenas com sal e alho esmagado. Neste tempo tão frio, sabe bem comer algo feito no forno, pois além de ter o fantástico condão de aquecer a cozinha, parece que a comida nos aquece por dentro também.

Ingredientes (4 pessoas):
2 batatas doces grandes
4 batatas roxas (as ideais para irem ao forno e ficarem farinhentas)
1 cebola
4 alhos grandes
1 pimento verde
1 pimento vermelho
sal & pimenta
5 colheres de sopa de azeite
ervas da provença

Lavei muito bem as batatas e, ainda com a pele, cortei-as em cubos com 2 dedos de espessura. Tirei as sementes aos pimentos e cortei em cubos grandes. A cebola, depois de lavada, e ainda com casca, foi cortada em quartos. Pus tudo dentro de uma assadeira de barro, juntei os alhos esmagados com pele, sal e pimenta, as ervas e o azeite. Misturei tudo, até o azeite ficar bem impregnado e levei ao forno, coberto com papel de alumínio, até os legumes começarem a assar. Tirei o papel passados cerca de 15 minutos e fui abanando o tabuleiro até estarem todos assados.

Foi uma surpresa o cheiro que pairou na cozinha, assim como o quão suculento e saboroso ficou. Deu logo outro aspecto ao entrecosto que estava quase triste de tão simples que era.

Estes legumes assados também podem de servir de refeição a quem opte pelo vegetarianismo, pois acabam por ser bastante substanciais.

E que tal?

Peixe com especiarias, ervas frescas e lima

De vez em quando, gosto de inventar coisas. Especialmente quando não gosto assim muito do ingrediente principal, que neste caso foram uns lombos de pescada congelados. Como o meu amor por peixe cozido é quase nulo, e como tinha à mãos ervas frescas, achei por bem dar-lhes uma nova roupagem.

Ingredientes (para 2):
4 lombos de pescada congelados
cebolinho
salva
sementes de mostarda
gengibre em pó
açafrão em pó
sumo de 3 limas
sal e pimenta
4 colheres de chá de manteiga

Em quatro quadrados de papel de alumínio, coloquei os lombos no centro de cada um e temperei com sal e pimenta.Em cada lombo, acrescentei uma pitada de gengibre em pó, pulvilhei com açafrão e cerca de 10 sementes de mostarda. Piquei a salva e o cebolinho frescos e pus por cima e por baixo do peixe. Distribuí o sumo das limas pelos quatro papelotes. Uma noz de manteiga em cima de cada lombinho e forno com eles, durante cerca de 30min.



Gostei bastante de comer o peixe feito desta maneira, pois as sementes de mostarda deram-lhe um sabor diferente, assim a dar para o exótico, e fizeram com que o peixe ficasse algo crocante. Acompanhei com puré de batata.

Que tal?

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A Grande Abertura

Sim, eu sei... mais um blog de culinária. Mais uma alma perdida à volta do fogão. Mais uma apaixonada por ingredientes, sejam eles quais forem. Sim. Sim. E sim.
Embora nunca me tenha levado demasiado a sério na arte de misturar coisas numa panela, ultimamente tenho sido levada a pensar que as minhas incursões na cozinha me poderiam trazer mais do que prazer de fazer e ver comer com prazer. Devo ter alguma costela italiana, pois sinto-me impelida a empaturrar quem me rodeia e, normalmente, os empaturrados tecem elogios. Mas a verdadeira questão é: numa sociedade onde uma mulher que sabe e gosta de cozinhar é tida como louca, onde a abstinência culinária é engraçada e as refeições pré-feitas e congeladas abundam, será que os meus pratos são realmente saborosos ou só pitorescos por serem feitos numa panela a sério? É o que pretendo descobrir... antes de me encher de vaidade.
Assim sendo, depois de anos a ouvir "Quando abres o teu restaurante?", e como ainda não tenho a certeza de que possuo algum dom de alquimia, resolvi fazer este blog. Vou tentar abordar experiências (as que correm bem e as que...enfim, nem por isso) e pratos que em minha casa já são clássicos. Aceitam-se sugestões.
Declaro aberto, o Chez Conguita! Façam o favor de cortar a fita... em todos os posts! :-)